O pé é composto por três arcos plantares: o longitudinal medial, o longitudinal lateral e o transversal. Esses, por sua vez, são constituídos de diversos ossos e ligamentos. Essas estruturas são extremamente importantes: elas são responsáveis por sustentar e distribuir todo peso corporal que é depositado nos pés.
Duas musculaturas ficam encarregadas de promover estabilidade aos arcos do pé. Uma delas é conhecida como intrínseca, e caracteriza-se por revestir apenas as estruturas do pé. A função desse tecido é melhorar o alinhamento e controlar a posição do arco do pé, deveres que o tornam essenciais para preservar o equilíbrio do corpo. Já a outra musculatura é nomeada como extrínseca, e ela se inicia na perna e dirige-se até os dedos do pé, influenciando diretamente no funcionamento dos tornozelos.
A dor no arco do pé acontece devido à inflamação dos tecidos no interior do meio do pé, e apesar de ser possível senti-la no arco transversal, é bem mais comum no arco longitudinal medial. Fatores como estrutura do arco, alinhamento da pisada, sobrepeso, calçados inadequados, atividades físicas de alta intensidade e pés muito cavos ou chatos podem estar relacionados com o desenvolvimento da dor no arco.
As dores acontecem principalmente no arco longitudinal medial, já que ele é o responsável por realizar funções essenciais, como absorver e suportar impactos durante as caminhadas. O arco se forma durante a infância, com mudanças anatômicas que variam de pessoa para pessoa, que normalmente são hereditárias e podem impulsionar a perda de absorção de impacto e de eficiência do amortecimento.
Conhecidas como pé cavo e pé chato, essas variações, muitas vezes, provocam dores na região do arco do pé com mais facilidade do que nos pés normais. O pé chato (plano) é o mais afetado pelas dores, porque ele apresenta uma forte diminuição do arco longitudinal medial. Em certos casos, a variação pode até provocar o desaparecimento dessa estrutura. Já o pé cavo apresenta o oposto: a excessiva elevação do arco longitudinal medial.
O pé chato é caracterizado por um arco mais baixo ou até mesmo pela ausência do arco. Nele, praticamente toda a sola toca o chão, o que propõe a esse tipo de pé uma ampla área de apoio. Entretanto a fáscia (tecido responsável por dar suporte ao arco longitudinal), em pés chatos, fica distendida. Consequentemente a capacidade de amortecim
O pé chato é caracterizado por um arco mais baixo ou até mesmo pela ausência do arco. Nele, praticamente toda a sola toca o chão, o que propõe a esse tipo de pé uma ampla área de apoio. Entretanto a fáscia (tecido responsável por dar suporte ao arco longitudinal), em pés chatos, fica distendida. Consequentemente a capacidade de amortecimento deste pé fica menor, sobrecarregando o tecido e impulsionando as dores na região.
O pé cavo é representado por um arco elevado e saliente, o que promove a este tipo de pé um apoio menor. Consequentemente, os ossos que formam o arco ficam comprimidos, o que aumenta a fricção das articulações e sobrecarrega os ligamentos, podendo causar dores no pé. Além disso, a fáscia plantar fica contraída e mais tensionada, fator que colabora para a sua inflamação.
O alinhamento da pisada esta correlacionado ao movimento realizado pelo pé durante o caminhar. Ele pode ser classificado com neutro (alinhado), pronado (desvio para dentro) ou supinado (desvio para fora). É normal que os desvios aconteçam de forma discreta ao caminhar, a fim de melhorar o amortecimento do pé. Entretanto, quando ocorre de maneira excessiva, o desalinhamento pode causar dores.
Na pisada supinada, a pressão corporal é depositada na parte lateral do pé. Isso acontece porque o tornozelo desalinha para fora. Além disso, é comum que existiam dores, porque as estruturas do pé sofrem sérias alterações. Já na pisada pronada, o funcionamento do pé é modificado e a pressão fica concentrada no interior da sola. O motivo dessa alteração é o desalinhamento do tornozelo para dentro, que também compromete o amortecimento e a distribuição de carga no arco plantar.
O aparecimento da dor no arco plantar tem grande relação com a sobrecarga. O sobrepeso, por exemplo, é um dos causadores, pois cada quilo a mais no corpo da pessoa pode acabar exercendo uma pressão muito maior sobre o pé.
Um dado que comprova esse fato é que 62,3% dos homens acima de 100kg já sentiram dores nos pés. No caso das mulheres, apenas 6,9% nunca sentiram essas dores.
O aumento repentino nas atividades físicas e, no caso de atletas, o excesso de treinamento sem orientação também são prejudiciais. Em 34% dos casos em homens, e 28% em mulheres, a dor na sola do pé aconteceu após atividade intensa contínua.
A fascite plantar é uma patologia bem conhecida. Ela é considerada a principal causa das dores no pé e afeta bastante o arco plantar. A fascite é provocada pela inflamação da fáscia plantar, um tecido conjuntivo que começa na base do calcanhar e se estende por toda a planta do pé. Quando essa região é sobrecarregada, a fáscia inflama e causa as tão indesejadas dores.
As inflamações podem estar ligadas a diversos fatores, como pé muito cavo, pé chato, sobrepeso, uso de calçados inadequados e atividades físicas de alta intensidade. Pessoas que ficam por longos períodos de pé têm mais chance de desenvolver a fascite. Geralmente, as dores são mais agudas após longos descansos, já que nesse tempo a fáscia plantar tende a contrair e, em seguida, ser forçada novamente. Ao ser esticada ao longo do dia, a dor pode desaparecer e voltar apenas ao final do dia
Em casos de inflamação no tendão tibial posterior, a dor no arco do pé pode ocorrer pois o tecido passa pela região interna do tornozelo e percorre todo o arco, até a base dos dedos. A princípio, a síndrome começa com uma inflamação do tendão tibial posterior, que é causada pelo aumento da tração sobre o tecido. O esforço excessivo sobre esse tendão pode levar ao desgaste e a perda de força dessa estrutura.
Esse quadro é mais comum em pés muito pronados (como na imagem abaixo), devido ao aumento de tração do tendão tibial por estiramento da estrutura. Quando a inflamação não é tratada rapidamente, pode causar a chamada insuficiência do tendão tibial posterior, resultando em arcos desabados e possíveis dores no arco do pé.
Na região do arco, há diversos ossos que deslizam entre si para realizar o amortecimento da pisada. Por ter essa grande mobilidade, as fraturas ósseas no arco são menos comuns, mas podem ocorrer em eventos traumáticos intensos. Um exemplo disso é a entorse de tornozelo, que pode levar a uma fratura do osso navicular. Quando essa movimentação é prejudicada por algum motivo, como o desalinhamento ósseo ou erro de pisada, pode ocorrer um desgaste na região e, consequentemente, originar uma fratura por estresse.
O procedimento mais adequado para a melhora da dor dependerá do diagnóstico. Por isso, caso seja uma dor aguda ou persistente, aconselha-se buscar um especialista para ele indicar o melhor tratamento. Dependendo do diagnóstico, pode ser necessário exames de imagem, afastamento temporário de atividades físicas e, em raros casos, o procedimento cirúrgico. Veja abaixo os tratamentos mais frequentes:
O desvio da pisada pode ser corrigido através de um treinamento específico e adequado com fortalecimento da musculatura dos pés, tornozelos e joelhos. As palmilhas com elevação lateral, que corrigem a pisada desalinhada, também são eficientes para esse tipo de ajuste. Além disso, as palmilhas melhoram o amortecimento dos pés porque redistribuem de forma mais eficiente a pressão sobre os pés, evitando a sobrecarga do arco.
É a manipulação manual dos tecidos, com objetivo de gerar relaxamento e reposicionar a articulação. Os movimentos são um pouco mais firmes, mas são popularmente conhecidos como massagem e alongamento.
É uma técnica de fisioterapia com o intuito de promover estabilidade e proteção, sem limitar o movimento desnecessariamente. Nela, utiliza-se uma fita (elástica ou inelástica) para manter o posicionamento ideal das articulações do pé.
Durante a aplicação desta técnica, agulhas finas são utilizadas para reduzir a dor. No método de acupuntura, técnica tradicional chinesa, o intuito é equilibrar as energias corporais para melhorar os sintomas. Por outro lado, o agulhamento a seco é um procedimento que, através das pequenas lesões causadas pela agulha, aumenta o metabolismo na fáscia plantar e estimula a reparação do tecido.
Dispositivo que mantem os pés em posição de alongamento enquanto a pessoa está dormindo. Ele ajuda a dificultar a contração da fáscia, evitando o desconforto no arco do pé durante o início do dia.
O uso de medicamentos ajuda a controlar a dor e a inflamação, mas é fundamental que sejam prescritos por um médico. Utilizá-los auxilia no alívio dos sintomas, porém não soluciona o fator que origina as complicações. Por isso, é importante usá-los juntamente com outros tratamentos.
O procedimento cirúrgico pode ser recomendado em casos mais extremos, quando é necessário recuperar as estruturas lesionadas ou reposicionar o arco do pé. O procedimento depende do motivo que está ocasionando a dor na região do arco plantar.
A palmilha sob medida consegue dar suporte ao arco plantar, de forma que a sobrecarga depositada nessa estrutura seja retirada a cada passo. Para isso, é feita uma avaliação detalhada com os nossos especialistas para detectar o motivo da dor, e assim, projetar o desenho da palmilha. Utilizamos aparelhos tecnológicos, como e o escâner 3D e a análise de marcha na esteira ergométrica, para complementar a avaliação e melhorar a qualidade do nosso produto.
Copyright © 2022 Fisioterapia Investigativa – Todos os direitos reservados.