Também conhecido como peito do pé, o dorso é a parte de cima da região chamada mediopé. O dorso é formado por inúmeras articulações presentes entre os ossos do tarso (calcâneo, talus, navicular, cubóide e os cuneiformes). Sua função é formar e dar mobilidade para o arco do pé, de modo que a absorção de impactos, a estabilidade e a adaptação às superfícies irregulares sejam eficientes durante o caminhar.
Além dos ossos e articulações, o mediopé é formado por outras estruturas como artérias, nervos, ligamentos, músculos e tendões, e por esse motivo, reclamações de dores no dorso são bem comuns.
Na maioria das vezes, as dores no dorso do pé acontecem na região de encontro entre os ossos do tarso e os metatarsos, mais conhecida como área de Lisfranc, ou simplesmente a região próxima aos dedos do pé. Elas podem estar relacionadas a diversos fatores, como fraturas por estresse, tendinites, artroses, alterações, deformidades nos pés e sobrecarga local.
O costume de utilizar sapatos muito apertados, de bico fino, salto alto e fazer atividades físicas de alto impacto são alguns dos principais fatores que causam a dor no dorso do pé. Além de aumentarem os riscos para que essa dor se torne crônica.
O alinhamento dos pés e a altura do arco podem ser apontados como fatores que, quando desregulados, causam a dor no dorso. Essa desestabilização pode alterar o amortecimento e a distribuição da carga corporal, sobretudo durante a prática de atividades físicas. No pé cavo, por apresentar uma curvatura do arco plantar mais alta que a ideal, as articulações ficam travadas e não conseguem deslizar entre si, dificultando a recepção de carga. Por isso, o pé cavo é, normalmente, mais rígido e não consegue absorver de forma eficiente o impacto, ocasionando dores com mais frequência.
A artrite reumatoide é uma doença autoimune, em que as próprias células do sistema imunológico da pessoa atacam os tecidos moles que revestem suas articulações. A cartilagem, o osso e os ligamentos podem ser danificados, o que causa deformidade, instabilidade e a formação de cicatrizes dentro da própria articulação. Nos pés, as articulações são rapidamente atingidas graças à sobrecarga das atividades diárias. Muitos fatores, incluindo a predisposição genética, podem influenciar o padrão da doença. Mas, acredita-se que a utilização de sapatos apertados e outros fatores possam estimular sua manifestação.
A artrose, também conhecida como osteoartrose, osteoartrite ou artrite degenerativa, é uma doença progressiva. Nela ocorre o desgaste anormal das cartilagens, cuja função é revestir a região de junção de dois ossos, protegendo e facilitando os movimentos articulares. O processo de deterioração da cartilagem e, posteriormente, dos ossos, causa incapacitação da articulação afetada, porque qualquer movimento acaba sendo muito doloroso.
A artrose na área do mediopé é muito comum. Ela acontece porque as várias articulações da região são constantemente sobrecarregadas. Além disso, essa doença pode ser consequência de alguma outra.
As fraturas nas articulações do mediopé, como por exemplo a Fratura de Lisfranc, comprometem as articulações que auxiliam na estabilidade da pisada. Elas são, geralmente, causadas por traumas diretos, que podem levar à fratura óssea e às lesões ligamentares no dorso do pé. Essas fraturas podem ocasionar instabilidade crônica das articulações do mediopé, e, consequentemente, a artrose nas articulações da região.
A reação de estresse é um enfraquecimento seguido de uma resposta da membrana óssea. Essa reação é a consequência da sobrecarga repetida e não só da experiência traumática específica, que leva o osso a um enfraquecimento. No caso dos pés, ela normalmente acontece nos metatarsos – ossos conectados com os dedos do pé. Essa é uma fratura pequena, mas provoca um desconforto enorme, principalmente no dorso do pé. Isso porque os ossos da região auxiliam no suporte de peso. Portanto, a sobrecarga constante e o aumento repentino nas atividades são os principais motivos desse tipo de fratura. Ela é muito comum em atletas e corredores, mesmo estando relacionada à fraqueza muscular.
A tendinite é uma inflamação nos tecidos (tendões e músculos, por exemplo). Ela pode atacar os tendões que passam na região superior do dorso do pé, como o dos extensores dos dedos e do tibial anterior. Ou seja, quando o músculo se contrai, o tendão é tencionado e, se a tensão for excessiva e contínua, o tecido fica “desgastado”. Caso haja sobrecarga constante, a lesão pode causar uma degeneração e intensificar a inflamação, tanto dos tendões, quanto do retináculo – estrutura que segura os tendões no posicionamento ideal.
Apesar de ser menos comum, os exercícios de alta intensidade como corrida e caminhada em superfícies irregulares podem estressar a musculatura. Outros fatores como pronação excessiva, obesidade, sapatos apertados ou a própria fraqueza do músculo também podem levar a este fim.
Essa patologia surge quando uma parte do osso e da cartilagem ficam sem suporte sanguíneo. Normalmente a doença causa rigidez articular, dores, inchaço e deformidade nos pés. Quando não tratada corretamente, ela pode causar alterações precoces na estrutura das articulações e contribuir para o desgaste das cartilagens.
Caso exista dor no dorso do pé, formigamento, inchaço, vermelhidão ou dormência, é importante procurar um profissional da área de saúde. Algumas patologias podem começar apenas com um incômodo na região superior do pé e piorar com o tempo. Outras já iniciam com dores fortes o suficiente para fazer com que a pessoa não consiga caminhar. O fato dessa região doer pode ser um alerta para possíveis problemas, como fraturas por estresse, tendinite e doenças que, identificadas no início, podem ser tratadas com mais efeito.
Para evitar as dores, é necessário tomar alguns cuidados. É importante não usar sapatos muito apertados e não amarrar muito forte os cadarços, caso contrário, o peito do pé, os tendões, as veias e os músculos da região ficam pressionados. Também é fundamental evitar a sobrecarga do sistema muscular, como em treinos e atividades físicas intensas e de impacto. Duas dicas são obrigatórias: proteger-se (evitando traumas e novas lesões) e descansar (reduzindo as atividades que causam dor). Elevar o pé e fazer compressas de gelo também podem ajudar.
As dores no dorso do pé podem não ser tão complicadas. Porém, um especialista deve ser consultado para ser feito o diagnóstico preciso. Em casos de desalinhamentos, um fisioterapeuta pode ajudar na melhora dos sintomas.Veja outras recomendações:
O uso de palmilha sob medida é essencial para tratar a dor no dorso. Elas proporcionam o realinhamento do pé e o suporte da região do mediopé, aliviando eliminando as dores. Além disso, as palmilhas sob medida promovem um encaixe ideal do pé no calçado, proporcionando maior conforto a quem utiliza.
Durante a avaliação, os pés, tornozelos e joelhos são analisados e posicionados de forma alinhada sobre o escâner 3D. Esse equipamento tecnológico compreende todas as medidas do pé, incluindo o seu comprimento e largura, além do posicionamento e altura do arco plantar. O uso do escâner serve para encontrar o alinhamento ideal da estrutura de cada indivíduo. Dessa forma, as palmilhas terão elevações específicas, que darão melhor apoio às estruturas do arco do pé. Através do posicionamento ideal e aumento do suporte do pé, é possível diminuir a carga imposta sobre os ossos, músculos e tendões.
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